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7 de abril de 2015

Receita de Bolachas de Aveia e frutos secos (para miúdos e graúdos)

Muito se tem falado nos últimos dias sobre o tipo de alimentação que as crianças praticam hoje em dia. O mote foi dado pela reportagem "Somos o que comemos" exibida na SIC. Se ainda não viram, podem fazê-lo aqui.

Para os que já praticam uma alimentação mais consciente, este foi o reforço e a validação do que já sabem e aplicam no dia-a-dia. Mas o mais interessante terá sido o impacto destas informações junto daqueles (pais e não só) que estão a anos-luz destes temas. Ouvi comentários do género "eh pá, não fazia ideia que o açúcar está presente em quase todos os produtos embalados" ou "o quê, o Ice Tea tem aquele açúcar todo?!!!". Pois, é isso... e muito mais...

O facto de passar na televisão em horário nobre, e ser veiculado por médicos e nutricionistas, torna credível factos há muito divulgados por outros que, não usando bata branca, dedicam a sua vida a estudar, ensinar e promover uma alimentação saudável.

Chegar às massas e agitar consciências talvez tenha sido o grande contributo desta reportagem. A questão é que muitos dos que assistiram e ficaram alertados com o conteúdo, não fazem ideia de como é fácil encontrar alternativas mais saudáveis para as suas escolhas alimentares. Claro que é uma responsabilidade de cada um procurar informar-se o melhor possível, mas estou confiante que, se houver um genuíno interesse, serão naturalmente atraídos por pessoas, locais e instituições que os ajudarão nessa tarefa.

Pessoalmente, esta reportagem também teve um eco em mim. Fez-me sentir que, de alguma forma, o meu propósito passa por este processo de desenvolver consciência (minha e dos outros) e partilhar o que tenho vindo a aprender nos últimos anos. É esta a razão primordial que me move a fazer os workshops de cozinha macrobiótica. Foi este o caminho que  encontrei de partilhar e dar o meu contributo.


O próximo workshop será no Domingo, 19 Abril, às 16h, no Centro Tinkuy. Será uma oficina para Pais e Filhos com o tema 'Lanches e Snacks', onde prepararemos em conjunto alguns snacks e daremos uma quantas ideias para alternativas saudáveis e saborosas. Podem ver os todos os detalhes aqui. Reservas e mais informações: tinkuyinscritos@gmail.com ou 967 941 468.

Esta oficina está integrada no Festival Celebração da Primavera. Podem ver todo o programa aqui. O acesso é grátis. Venham daí que vai ser um dia muito bem passado!



E porque este blog também tem a missão de partilhar, aqui fica uma receita de bolachas para miúdos e graúdos. Sem açúcar, lacticínios e  ovos, mas muito saborosas.

Bolachas de Aveia e frutos secos

Ingredientes sólidos:
  • 2 chávena flocos aveia finos
  • 1 e ½ chávena de farinha de trigo ou espelta (metade pode ser integral)
  • 2 c. café canela
  • pitada de baunilha
  • pitada de sal
  • 1 c. chá fermento bio
  • 50g coco ralado
  • 50g amendoas tostadas picadas
  • raspa de 1 limão grande
  • 100g sultanas

Ingredientes Liquidos:
  • 250 ml Geleia de arroz
  • 60 ml óleo de grainha de uva
  • 150 ml água quente

Preparação:
  1. Demolhe as sultanas na água quente cerca de 30 minutos.
  2. Entretanto, misture todos os ingrediente sólidos, com excepção das sultanas.
  3. Quando a água estiver à temperatura ambiente, incorpore as sultanas nos sólidos.
  4. Misture a água de demolhar com os restantes liquidos e bata com a varinha mágica. Envolva com os sólidos e misture bem com uma colher de pau. Leve ao frigorífico para engrossar um pouco e facilitar a fase seguinte.
  5. Faça bolinhas com as mãos e coloque-as num tabuleiro com papel vegetal, com alguma distância entre elas. Achate-as com as costas de um garfo.
  6. Leve a forno pré-aquecido a 180ºC cerca de 10 a 15 minutos até as pontas começarem a dourar ligeiramente.
  7. Deixe arrefecer para ficarem crocantes
  8. Devore :)

Até breve!

17 de junho de 2014

Bolo de Chocolate recheado de morangos



Hoje foi dia de fazer um bolo de chocolate para a festa de uma linda Princesa que completa 9 anos!
Sendo ela uma fã de morangos, estes não podiam faltar no recheio e na decoração. A cobertura de chocolate vem dar o seu quê de decadência a uma massa de cacau. Sim, é possível deliciarmo-nos com tudo isto sem recorrer ao açúcar, lacticínios e ovos.
Haja pais conscientes que amam os seus filhos e escolhem dar-lhes o melhor.

4 de junho de 2014

Mousse de Cenoura com Horseradish


Uma receita simples, com poucos ingredientes, mas com um sabor divinal.
É ideal para acompanhar algo que possa ser um pouco mais difícil de digerir, como fritos, por exemplo.

Quem é este do Horseradish?

Nem sei bem como traduzir em português, mas há quem lhe chame raíz-forte, rábano-picante, rábano-de-cavalo. É uma espécie de rábano comprido, com uma casca tipo gengibre e com um sabor que lembra a mostrada, mas mais picante. Se quiserem ter uma imagem, o sabor mais parecido é o do Wasabi. Picante, está visto!
Costumo encontrá-lo  no Mercado da Ribeira, mas a semana passada vi também na Miosótis.

Esta receita é de um Chef suiço com quem trabalhei há uns anos, Andreas Bossert, Andy para os amigos. A primeira vez que provei fiquei absolutamente viciada. O encontro do sabor doce da cenoura com o sabor pungente da raíz-forte é genial! Claro que no dia seguinte lá estava eu a chatear o Andy para que me desvendasse todos os segredos. E o segredo era só este: o horseradish.

Cozinhávamos para um grupo de quase 100 pessoas e, embora o horseradish seja usado em quantidades modestas pela sua intensidade, quando se multiplica por 100, dá um pedação enorme desta raíz. Ora, o curioso é que ele tem de ser ralado, tarefa que o Andy me aconselhou a fazer num ralador automático. Sem perceber a razão, ignorei o seu conselho e insisti em ralar à mão, num ralador comum. "Quero pôr a minha energia" comentei eu. Ingénua!!! Assim que iniciei o processo, sinto os olhos a chorar e sou invadida por uma onda deste poder todo a entrar na garganta, pulmões, até às entranhas. Pronto, lá percebi a mensagem, mas sem querer dar parte fraca, continuei estoicamente até ao fim. Só vos posso dizer que os meus pulmões ficaram mais limpos do que nunca :)

Aprende-se bastante sobre a energia dos alimentos, e o seu efeito no nosso corpo, quando se cozinha. E agora que tenho a sorte de ter uma pequena horta, estou a aprender ainda mais sobre as qualidades energéticas dos vegetais, ao ver como nascem e crescem. É fascinante!

Mas vamos à receita!



Ingredientes:

  • Cenouras
  • Horseradish ralado
  • Sal
  • Sumo limão 
  • Azeite

Preparação

  1. Corte as cenouras em diagonais finas e leve a cozinhar num tacho com um dedo de água e pitada de sal. Cozinhe cerca de 20 minutos, tapado e em lume baixo, até as cenouras ficarem bem macias.
  2. Triture com a varinha mágica, rectifique o tempero e vá ajustando a quantidade da água de cozedura. Junte umas gotas de sumo de limão e vá deitando um fio de azeite enquanto tritura, para emulsionar e dar cremosidade. Acrescentei também ums gotinhas de vinagre de ameixa. 
  3. Chegou a hora do nosso herói. Descasque e rale um pedaço de horseradih (este que usei não fez muito efeito "limpeza pulmonar"... fraquinho) e triture novamente. Prove e ajuste a quantidade aos poucos até sentir: "É isto! Já percebi o que ela queria dizer"

Quando não encontrava esta raíz em Portugal, cheguei a substituir por wasabi. Funciona? Sim, mas não é a mesma coisa...

Enjoy!!!!


20 de maio de 2014

Receita de Mega-Sopa



"Ah, eu ao jantar fico bem com uma sopinha". Já ouviram certamente esta frase. Confesso que a mim ela não se aplica. Gosto de refeições completas, com diversidade de sabores, de ingredientes e de texturas.
Acontece que este último Inverno explorei vezes sem conta as infinitas possibilidades das Mega-Sopas. E não é que estou convertida!

O que é uma Mega-Sopa?

Como o nome indica é uma sopa que é Mega, ou seja, GRANDE mesmo. Precisam de uma tijela de sopa em conformidade. A base é um caldo ao qual se acrescenta um cereal, vegetais de raiz, folhas verdes e alguma proteína, se assim o desejarem. Tempera-se com miso ou shoyu e dá-se um toque final com ervas aromáticas e sumo de gengibre (óptimo para aquecer no Inverno). Come-se, bebe-se, trinca-se e chupa-se ruidosamente à moda dos japoneses. Além de saciante, tem várias vantagens: é uma refeição completa, não demora muito tempo e não suja muita loiça.

Vamos então à receita! Fica uma sugestão de ingredientes, mas experimentem variações com outros cereais, vegetais ou proteína.


Ingredientes para o caldo [para 1 dose]:
  • Meia tira de Alga Kombu
  • 1 Cogumelo shitake seco
  • Opcional: umas tirinhas de daikon seco (uma espécie de rábano seco, óptimo para dar uma alegria ao fígado nesta época de primavera)
  • Água (a tijela bem cheia e mais um pouco, tendo em conta que evapora bastante)
Ingredientes para a sopa:
  • Massa soba ou udon 
  • Cebola em meias luas
  • Cenoura em Kimpira (tiras finas)
  • Folhas verdes (couve, nabiças, agrião, rama de nabo...)
  • Opcional: Tofu ou tempeh já cozinhado ou alguma leguminosa
  • Miso de cevada ou shoyu
  • Cebolinho picado
  • Sumo de gengibre

Preparação: Leve ao lume  um tacho com água, a alga kombu, os cogumelos shitake e o daikon seco. Deixe em lume baixo pelo menos meia hora e vá à sua vida.
Retire a alga kombu e lamine-a finamente. Faça o mesmo com os cogumelos (descarte o pé). Volte a colocar tudo no tacho .
[Pode duplicar as quantidades e guardar parte do caldo no frigorífico. Use-o como base para uma nova sopa ou outros pratos.]

Adicione a cebola e a cenoura, uma pitadinha de sal e deixe cozinhar 5 minutos. Junte as folhas verdes e, dependendo do vegetal, aguarde uns instantes até a cor verde ficar mais viva.
Retire um pouco do caldo da sopa para desfazer o miso. A regra é usar 1 colher de sobremesa por cada tijela de sopa. Neste caso colocamos uma colher bem cheia tendo em conta que é uma mega-sopa. Depois de bem desfeito, volte a juntar tudo à sopa e deixe um minuto para "acordar" o miso. Não o deixe ferver para não destruir as suas enzimas. Se optar por temperar com shoyu, use um pouco mais de quantidade.
À parte cozinhe a massa soba e deite-lhe um fio de óleo de sésamo tostado (yam!) para não pegar. A minha preferida é esta marca e só demora 3 minutos!


Neste caso, usei como proteína umas sobras de tempeh do almoço. Se nunca provaram tempeh, recomendo vivamente o do Sal's Tempeh. É simplesmente delicioso! Podem encomendar directamente ao Salvatore aqui.

Hora de servir: Coloque a massa na tijela, junte o tempeh e disponha os vegetais por cima. Verta o caldo e por fim o cebolinho picado. Este veio directamente da horta e como bónus traz uma flor linda! No Inverno sugiro umas gotas de sumo de gengibre (rale o gengibre e esprema até sair sumo) e hoje, com a molha que apanhei, é mesmo o que me apetece. Para facilitar a logística na hora de comer, use pauzinhos chineses para os sólidos e vá bebericando o caldo. 

Convencidos? Experimentem e depois digam lá se não é super reconfortante.


6 de maio de 2014

Receita de pão sem amassar


O prometido é devido! Tenho andado a falar desta descoberta a toda a gente e a prometer que partilharia a receita no blog. Pois aqui está ela!
Encontrei-a (ou ela encontrou-me) numa fase em que andava com um problema na coluna e amassar implicava um enorme esforço. Tudo tem solução e a nossa capacidade de adaptação às limitações físicas é fantástica. Agradeço ao Jim Lahey da Sullivan St Bakery por ter criado esta solução genial. Jim, és grande!!!

O titulo diz tudo. É mesmo um pão sem amassar, por isso cedam à tentação de o fazer. O resultado é garantido. Leva pouco fermento e só precisa de tempo para levedar, uma prática pouco comum nos pães produzidos hoje em dia. Parece-me que mais do que o tipo de farinha utilizado (que também é importante, claro), o tipo de fermentação é o factor determinante para criar um pão mais fácil de digerir.  Pessoalmente prefiro um pão de farinha branca com uma fermentação natural a um pão integral com fermentos químicos em quantidades abusadoras que o fazem levedar em menos de 1 hora. A vantagem aqui é que também podemos seleccionar as farinhas a nosso gosto, ir variando e acrescentado outros ingredientes, como sementes, frutos secos, etc. E já que podemos escolher, prefiram farinhas biológicas.

Sugiro que façam a preparação à noite e deixem a levedar enquanto dormem. O ideal é que na manhã seguinte tenham um pouco de tempo para terminar o processo. Coisa para um fim de semana, digo eu.

Este ficou um pouco tostado demais no topo. Forno demasiado potente :)


Vamos lá à receita!

Ingredientes:

  • 3 chávenas (430g) de farinha (usei 300g de farinha de espelta e 130g de farinha de trigo branca)
  • 1 e 1/2 chávena de água (345g) 
  • 1/4 colher chá (1g) de fermento seco biológico para pão (encontram na Miosótis, Brio)
  • 1 e 1/4 colher chá de Sal marinho integral (8g)
  • um fio de azeite (para untar)
  • um pouco de farinha extra para polvilhar

Este é o fermento que uso


Equipamento:

  • 2 Taças de tamanho médio
  • Tacho de ferro fundido ou de cerâmica com tampa (como não tenho, uso um de barro)
  • Colher de pau ou espátula
  • Panos de algodão
  • Película aderente

Preparação à noite:

  1. Misture os ingredientes secos numa taça
  2. Junte a água e incorpore com a colher de pau cerca de 30 segundos a 1 minuto
  3. Unte levemente a outra taça com azeite e passe para lá a massa (não se assuste se lhe parecer demasiado liquida)
  4. Cubra a taça com a película e deixe repousar pelo menos 12h em temperatura ambiente (já deixei 16h)
Preparação de manhã:

Bom dia, espero que tenha dormido bem :)
  1. Retire a massa para uma bancada polvilhada com farinha e dobre uma ou duas vezes. 
  2. Deixe repousar cerca de 15 minutos
  3. Forme uma bola com a massa e coloque-a num pano com bastante farinha, virando a parte da união (a menos lisa) para baixo 
  4. Cubra com um pano e deixe levedar 1 a 2h em temperatura ambiente, até que o tamanho duplique.
  5. Pré-aqueça o forno a 230ºC a 260ºC. Se o forno for ventilado, retire 20ºC à temperatura.
  6. Coloque o tacho no forno meia hora antes de ir assar o pão para ir aquecendo 
  7. Quando a massa tiver duplicado o tamanho, retire o tacho do forno (quente, quente!) e coloque a massa com a parte da união (que estava para baixo) virada para cima (é usar o pano e virá-lo ao contrário)
  8. Cubra com a tampa e deixe 30 minutos no forno. 
  9. Retire a tampa e deixe cozinhar mais 15 a 30 minutos até ficar douradinho.
Esta técnica do tacho tenta reproduzir as condições de um forno tradicional. A ideia da tampa é criar vapor no interior, fazendo com que o pão cozinhe por dentro. Quando retiramos a tampa, vai criar uma crosta estaladiça absolutamente irresistível. Sim, este é daqueles que fazem crrrrraaaac ao cortar e por dentro ficam  fofos e com os buracos típicos de um pão a sério.

Eu sei que vai ser difícil resistir, mas é mesmo importante deixar o pão arrefecer antes de o cortar porque permite terminar a cozedura e manter a humidade. Dessa forma mantém-se macio por vários dias. Este durou quase uma semana. 
Sugiro que aqueçam as fatias ao vapor nos dias seguintes. Fica como novo!

Pronto, ide lá e experimentai! Depois contem-me como correu.